domingo, 11 de maio de 2014

Um novo espaço se compõe: o Beco do Picado.



 por Haroldo Gomes

O Beco do Picado vai se reconstituindo como espaço multifacetado da cena cultural, em Parnamirim. Pessoas se encontram e ao entrecruzar-se nele, compõem uma história toda misturada, fragmentos de trajetórias e alteração de espaços. A cidade se mexe, as pessoas circulam e o Beco renasce, diferente do que foi, relido e reposto. Não se pisa o chão do Beco como há um ano atrás. Uma outra espacialidade advém.



Desse ponto de vista, é importante percebê-lo não como um lugar estático onde se produzem eventos culturais e sociais diversos. O Beco do Picado é uma territorialidade em construção, uma errância, e se relaciona com o desejo de cada pessoa de encontrar outrem. “Gosto de estar aqui”, “Que beco é esse?”, “Onde fica esse beco?”. Nele não se busca o picado, mas relações, papos, sorrisos, ares e olhares. Uma prática de espaço, uma passagem: o funcionário que sai do trabalho e inclui o Beco como um caminho que se interpõe até sua casa. Desse ponto de vista, é muito importante compreender que um outro desenho arquitetônico está se compondo no entorno do antigo Mercado de Parnamirim, no centro da cidade, pela ação de sujeitos históricos. Observar os traços desse desenho e consolidar o Beco do Picado enquanto espaço cultural, recompondo o mapa da cidade a partir das experiências ali vividas, é um desafio da gestão pública. Feitura de espaço.

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