Haroldo Gomes
Há um poema de Mario Benedetti chamado “Defesa da Alegria”,
onde ele diz:
“Defender
a alegria como uma trincheira
defendê-la
do escândalo e da rotina
da
miséria e dos miseráveis
das
ausências transitórias
e das
definitivas”.
Ao promover o “Carnaval
Multicultural do Beco do Picado”, a Prefeitura de Parnamirim, através de sua
Fundação de Cultura, quer valorizar o sentido primordial de celebração da vida dessa
festa que atravessa séculos. Na Antiguidade, todas as atividades e negócios
eram suspensos no período do Carnaval, os escravos ganhavam liberdade
temporária para fazer o que quisessem e as restrições morais eram relaxadas. “As
pessoas trocavam presentes, um rei era eleito por brincadeira e comandava o
cortejo pelas ruas (Saturnalicius princeps) e as tradicionais fitas de lã que
amarravam aos pés da estátua do deus Saturno eram retiradas, como se a cidade o
convidasse para participar da folia”, diz o artigo da Wikipédia.
No Beco do Picado, espaço
histórico e cultural de Parnamirim, que tem se tornado ponto de encontro e de
sociabilização na cidade, o Carnaval chega como manifestação que defende a
alegria como direito. A alegria dos ritmos variados, do encontro amigo, de
todas as cores, raças e etnias, de todos os gêneros e classes sociais. A
alegria como potência de vida que tão bem se expressa nesse belo cartaz, obra
de arte de Alex Fontes.
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