quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Carnaval Multicultural do Beco do Picado: uma alegre epidemia



 
Foto: Tião Pereira
 Haroldo Gomes
O Carnaval Multicultural do Beco do Picado 2015 promovido pela Prefeitura de Parnamirim, através de sua Fundação de Cultura, chegou para ficar. Foram 8 (oito) dias de atividades, entre prévias e eventos no centro da cidade, na Cohabinal e em Nova Parnamirim. Mais de 40 (quarenta) apresentações musicais e culturais, selecionadas através de Edital Público, numa variedade de estilos, com muita criatividade e irreverência, que enriqueceu o Carnaval de Parnamirim.
No centro da cidade, cerca de 20 (vinte) ambulantes se estabeleceram, além dos dois bares que funcionam no Beco do Picado, e, ao final, vários procuraram a Fundação Parnamirim de Cultura para elogiar a iniciativa e dizer que foi uma boa oportunidade de comercialização de seus produtos.
Nenhuma briga nos oito dias de folia. Presença discreta e eficiente da Polícia Militar e das Secretarias Municipais de Saúde (SESAD) e de Limpeza Urbana (SELIM). Muitas famílias, casais com crianças (o que faz pensar a necessidade de atividades infantis), idosos, jovens, enfim. Uma celebração da alegria e da paz.
Desafios? São muitos. Há muito por fazer e melhorar. Em todos os sentidos: na estrutura, na organização, na programação, mas o importante é que o Carnaval Multicultural do Beco do Picado consolidou este espaço como um dos principais polos culturais da cidade e do Rio Grande do Norte.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Rastafeeling no Carnaval Multicultural do Beco do Picado 2015




A Banda Rastafeeling mais uma vez se apresenta em Parnamirim, desta feita no Carnaval Multicultural do Beco do Picado 2015, nesta sexta-feira (13/2), no Palco 2, a partir das 22h. A banda é composta por 7 (sete) profissionais, 5 (cinco) músicos, um roadie e uma produtora.
A banda fará 10 anos em 2015, atuando fortemente no mercado da música do Rio Grande do Norte e em outros estados, despontando no cenário do reggae brasileiro. Reggae com identidade própria, sem padrões de rotulagem, embasado nos conhecimentos da filosofia Rastafari.

Lysia Condé traz o espetáculo “Baile de Bambas” para o Carnaval Multicultural do Beco do Picado 2015



 O show “Baile de Bambas”, como o próprio nome sugere, é uma reverência que a artista Lysia Condé (no vídeo acima) faz aos grandes compositores e intérpretes, bambas do carnaval brasileiro de todos os tempos. E inclui vários gêneros que se popularizaram na festa do momo, como marchinhas, sambas, frevos e cirandas. A homenagem vai desde Chiquinha Gonzaga, Noel Rosa, Braguinha, Lamartine Babo, Zé Ketti, Dorival Caymmi, Silas de Oliveira, passando por Tom Jobim e Vinícius, Capiba, Chico Buarque, Edu Lobo, Capinam, Caetano Veloso até Lia de Itamaracá. Uma verdadeira celebração das músicas, autores e intérpretes que se tornaram “imortais” no cenário da música popular brasileira e que se evidenciaram e se popularizaram no carnaval.

O show ora composto contará com o talento, carisma e desenvoltura da intérprete Lysia Condé, artista de comprovado reconhecimento no Rio Grande do Norte e em outros estados brasileiros, e contará ainda com as primorosas execuções instrumentais de renomados nomes de nossa música, como Jow Ferreira, José Fontes, Darlan Marley, Dudu Campos e Paulinho. O roteiro e direção artística, que inclui a concepção do figurino de toda a banda, ficarão por conta da própria Lysia Condé e a direção musical, por Jow Ferreira.

Lysia Condé se apresenta no Carnaval Multicultural do Beco do Picado 2015, no Palco 1, nesta sexta-feira (13/2), às 21h.

Maguinho da Silva apresenta o Baile de in-própria-music no Carnaval Multicultural do Beco do Picado



Para o carnaval o Baile de in-própria-music, promovido por Maguinho da Silva (foto abaixo) e a  D malassomBROSband, apresenta um show musical especial com uma mistura de ritmos com composições de Maguinho da Silva, mescladas com outras sonoridades em sua edição de carnaval.

O Baile de in-própria- music agrega diversos conceitos, como numa feira de arte, no qual as pessoas trocam ideias sobre arte e tecnologia, expõem suas produções e dançam muito. O conceito “in-própria-music” se apresenta como um projeto coletivo de internet que tem como objetivo a interação entre a banda e o público, através de pontos, escolhas e remixes.

O projeto visual da “in-própria-music” também reproduz alguns dos conceitos de gambiologia ou gambiart, movimento estético brasileiro que se configura, no mundo atual, como uma solução viável, criativa e sustentável para as novas gerações. Muito dessas ideias estão presentes no figurino e na cenografia do palco.    

No repertório do Baile de in-própria-music teremos algumas faixas do primeiro CD da banda “e o pior qu’isso tudo não é ficção, um pouco das mais recentes composições de Maguinho daSilva e para edição de carnaval diversas canções com arranjos carnavalescos.

As composições de Maguinho daSilva tem como universo temático, a arte, tecnologia, as relações e comportamentos sociais que definem a identidade da cultura no cotidiano brasileiro. Como diz o próprio compositor “Essa música tem em seu DNA a mistura sambarocksteadyfunksoulbaião, algumas variações de drum-n’-bass, bossa-nova, carimbó e, aqui ou acolá, um tempero armorial”.

D malassomBROSband é composta por: Maguinho daSilva (guitarra, cavaquinho e voz), Sérgio Preto (baixo), Juscelino Brito (bateria), Valderi Filé (percussão) e DJ Samir.

Durante o show estará disponível para aquisição o CD “e o pior qu’isso tudo não é ficção...”, que foi vencedor na categoria de melhor CD do ano no Prêmio Hangar 2011 e teve a música “Me Chame com(o)’eu sou(L)”, escolhida como a Melhor Canção Popular do Festival MPBeco 2010.
Maguinho da Silva se apresenta no Carnaval Multicultural do Beco do Picado 2015, na próxima sexta-feira (13/2), às 18h, no Palco 2.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Grupo Bom Malandro no Carnaval Multicultural do Beco do Picado 2015





O Grupo Bom Malandro apresenta o show “É de Samba”, especial para o carnaval, com um repertório cheio de clássicos que vão de Noel Rosa, Cartola, Lupicínio a Geraldo Pereira, João Nogueira dentre tantos outros que o samba imortalizou.

Faz uma apresentação animada, com repertório de sucessos nacionais e canções autorais.  Tem como convidada especial, a cantora Analuh Soares (foto), moradora de Parnamirim.

Breve histórico

O grupo Bom Malandro surgiu em Abril de 2011, fruto da reunião de amigos, no Bar de Bira, localizado no Conjunto Jiqui. Amigos que tinham em comum o gosto pelo samba de qualidade e a vontade de ver o resgate da boa música. O repertório inclui samba de raiz, samba enredo, partido alto entre outros. Em pouco tempo, o grupo ganhou espaço nas rodas de samba da cidade e começou a cumprir agenda de shows e participações em programas de TV. O Bom Malandro foi  uma das atrações do Festival Sabor Potiguar, no Agosto da Alegria 2011/ 2012, e da Feijoada do Bloco de Carnaval das Kengas, em 2011.  Participou ainda da Quinta Viva do Samba, no Beco da Lama, e shows no Bardallos Comida e Arte e Neuma Buffet. Semanalmente se apresenta na Esquina do Samba, no Jiqui, e no Espaço Mariposa. Entre 2012 e 2014, apresentou, entre outros,  shows no Carnaval do Centro Histórico e de Ponta Negra. Foi uma das atrações do Festival Gastronômico de Monte das Gameleiras, Festa do Boi, Terça de Bambas do Taverna–PubTerraço do Relógio do Sesc - RN  e do Projeto Som do Mar na Praia dos Artistas.  Recentemente foi atração na Sexta-Feira Samba, no Beco do Picado, em Parnamirim, e na programação do Circuito de Verão do Sesc/RN.

O Bom Malandro toca no dia 13/2, às 17h, no Beco do Picado, em Parnamirim/RN.

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Por uma política cultural dos espaços


 por Haroldo Gomes
Há cerca de um ano e meio, quando a Prefeitura de Parnamirim, através de sua Fundação de Cultura, chegou ao Beco do Picado, ele estava sendo chamado, por muitas pessoas, de “Beco do Mijo”. Muitos diziam que estávamos perdendo tempo. Começamos com pequenas ações e uma referência: fugir de uma política de “eventos” temporários ou de uma política de valorização de pessoas e lugares mortos para uma política cultural de criação de espaços. Mapeamos alguns na cidade: um deles, o Beco do Picado, por sua referência histórica e cultural.
Com base no historiador francês Michel de Certeau, que diferencia espaço de lugar, considerando que “o espaço é um lugar praticado”. Por exemplo, um beco urbanizado pela Prefeitura é transformado em espaço pelas pessoas que o frequentam, que o praticam. O espaço é vivo. É interessante encontrar as pessoas na sexta-feira e ouvi-las dizer: “e hoje, não tem beco, não”?
A cidade é feita de espaços e a cultura vive da criação destes espaços. Heterotopias, navios em alto mar. Vivos, eles se tornam lugares de encontro. Deixam de ser daquele território fixo (da cidade, do estado...), deixam inclusive de ser um lugar estático para se tornar um espaço imaginário, virtual. Existindo o espaço, flui a produção cultural, que não precisa ser apenas “local”. A noção de “local” reduz o espaço, estrangula a possibilidade dele ser cosmopolita, de dialogar com o mundo.  No formato atual, o Beco do Picado não foi criado para ser uma ilha, mas para ser um ponto de encontro e de acolhida. Por consequência, um espaço que se abre para todos os artistas, de todas as linhas, vertentes e matizes como, também, de todos os lugares. Mas, fundamentalmente, um espaço a ser praticado e reconhecido pelos bons encontros, pela alegria e pela capacidade de nos fazer a todas, pessoas melhores.